O surgimento da Vila Rica

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Foi na noite de São João de 1698, que acampou, na margem de um córrego cantando entre pedras, uma expedição de paulistas, que vinha à procura de ouro. Chefiava esse grupo o bandeirante Antônio Dias, e vinha em sua companhia, como capelão, o Padre Faria. Ao acordar, na névoa da madrugada, os bandeirantes viram desenhar-se, pouco a pouco, o alvo tão procurado: o Pico do Itacolomi. A montanha pontuada levando às costas o rochedo vinha sendo mencionada há muito como o ponto de referência do local no qual certo mulato encontrou, no fundo de um córrego, pedras negras que guardou e levou para Taubaté.

De lá o achado foi enviado ao Governador Artur de Sá Menezes, no Rio de Janeiro, e quando partido, verificou-se ser ouro puro, "que brilhava como a luz do sol". Há dois séculos os portugueses buscavam o ouro, finalmente encontrado, e em tal quantidade que "entre 1700 e 1770 a produção do Brasil foi praticamente igual a toda a produção de ouro do resto da América, verificada entre 1493 e 1850, e alcançou cerca de 50% do que o resto do mundo produziu nos séculos XVI, XVII e XVIII".

Exploração do ouro ocupa a cidade

O fluxo fabuloso do metal, carreado para a Metrópole, permitiu o esplendor e o desperdício do rei D. João V (1689-1750), nas construções grandiosas do seu reino, mas também o ouro dilapidado com a obtenção do título de "Fidelíssimo", para contrapor-se ao "Cristianismo" do rei da França, e as somas fabulosas absorvidas pela Igreja. O abandono do campo e das indústrias, pela corrida do ouro no Brasil, uniu-se ao tratado de comércio com a Inglaterra, assinado pelo ministro inglês Methuen, que abriu as portas de Portugal aos produtos da Inglaterra em troca de tratamento preferencial para o vinho do Porto. Ao final do século todo o ouro do Brasil foi absorvido pela Grã-Bretanha e ajudou a firmar o imperialismo e a prosperidade da era vitoriana.

As minas tornaram-se fator de preparação para a Independência do Brasil. Pela sua interiorização os mineiros habituaram-se a resolver seus próprios problemas, habituados a contar pouco com o apoio da Metrópole, da qual recebiam apenas opressão, controle tirânico e ganância devoradora. Nos primeiros anos, o afluxo de garimpeiros não foi acompanhado por um desenvolvimento dos recursos necessários à implantação do novo núcleo urbano da Vila Rica de Ouro Preto, o primeiro povoamento ligado à mineração. Um período de extrema carência de alimentos trouxe miséria, fome, desordem, enquanto o Fisco estava interessando apenas no tesouro descoberto, criando as casas der fundições e descontando o Quinto Real. A subdivisão das terras em "datas", a multiplicação da escravaria, a exploração predatória acabariam por exaurir as minas e provocar conflitos e sedições. A Guerra dos Emboabas, entre portugueses e "paulistas" , como se chamavam os brancos nascidos no Brasil e vindos de São Paulo, foi uma luta sangrenta que culminou com o incêndio e destruição do arraial dos Paulistas, no local de Ouro Preto hoje denominado Morro da Queimada. Outros levantes, como o de Felipe dos Santos surgiram, menos com caráter nacionalista do que como protesto contra a opressão voraz do Fisco. Tais reivindicações culminaram no movimento maior de libertação da Colônia: a Inconfidência Mineira.

A decadência do ouro e a política imperialista não refletiam o movimento social e cultural existente em Vila Rica. A cidade era opulenta e seu requinte estava intimamente ligado com a religião, a ostentação e a intelectualidade.

Patrimômio

A antiga Ouro Preto reunia uma população não só de mineradores, mas de comerciantes, artesãos, artistas, intelectuais, funcionários públicos e vários outros, o que conferiu um aspecto mais urbano em relação ao agrário que predominava no resto do Brasil. As irmandades religiosas e organizações leigas representavam as mais diversas segmentações sociais: ricos, pobres, negros, pardos, cada qual disputando entre si e dispostos a construírem os mais belos templos em demonstração de suas influências. Em meio a Igrejas, pontes, palácios, casarios e chafarizes, o movimento artístico e intelectual encontrou terreno fértil para florescer.

Surgiam gênios, mestres, artistas, atores, pintores e algumas figuras celebres como, como Aleijadinho, Athaíde e Luiz Antonio Gonzaga, cujas obras a cada dia que passa crescem em admiração e prestígio. A decadência das minas em Ouro Preto provocou as discussões que originariam a transferência da capital para outra cidade. A mais defendida era São João Del Rei. Embora tivesse também o apoio dos inconfidentes, a nova capital seria construída no Arraial de Curral Del Rei, hoje Belo Horizonte. Em 1933, Ouro Preto recebeu o título de Monumento Nacional. Cinco anos depois, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Natural (Iphan) tombou a cidade. Na década de 80, a Unesco conferiu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade.

Origem e significado do nome

O nome Ouro Preto foi adotado em 20 de maio de 1823, quando a antiga Vila Rica foi elevada a cidade. "Ouro Preto" vem do ouro escuro, recoberto com uma camada de óxido de ferro, encontrado na cidade. O primeiro nome da cidade foi Vila Rica. Depois, foi Vila Rica de Albuquerque, por causa do Capitão General Antônio de Albuquerque Coelho Carvalho, então governador das capitanias de Minas e São Paulo. Foi D. João V quem mandou retirar o "Albuquerque" do nome, e adotou o "Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar", para homenagear a padroeira da cidade.

7 comentários:

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